INVADERS 2: O NIM das ruas de Fortaleza

Na semana que passou eu estive em Fortaleza a trabalho e, como sempre não pude deixar de me surpreender com a extensa lista de espécies exóticas que "habitam" a arborização urbana. Claro que isso não tira a alegria de conhecer uma cidade tão impactante e bonita, tampouco atrapalha a sua vocação para o turismo.
Contudo, não posso deixar de citar a forte presença do NIM. Essa fantástica árvore, cientificamente chamada de Azadirachta indica, é nativa do sudeste asiático (Índia) e tem um cartel invejável de possibilidades de utilização.

Todas as partes da árvore servem como um poderoso inseticida, servindo ainda no controle de vermes,  fungos e bactérias, mas não é tóxico para seres humanos, mamíferos, pássaros e peixes em geral. Portanto, pode ser um bom controle de pragas. Serve bem na  fabricação de cosméticos, cremes, sabonetes, xampus e creme dental.
Tendo um crescimento rápido ele tem qualidades paisagísticas sendo usado, como em Fortaleza, na arborização urbana. É da família do Mogno e, portanto,  produz uma excelente madeira de lei, para a produção de móveis finos e artesanato.
Pois é até aqui só falamos das qualidades dessa "simpática invasora"...Então, qual o problema da introdução recente( apenas em 1992) dessa espécie em nosso país?
Segundo o Instituto Hórus que acompanha

"Entre os impactos diretos causados pela espécie podemos citar: transformação de ecossistemas abertos em ecossistemas fechados, significativa perda de biodiversidade por sombreamento e pela alta densidade populacional, erosão do solo e conseqüente assoreamento de cursos d’água com impactos sobre a fauna aquática, redução de área pastoril para animais herbívoros, alteração do regime hídrico, ação alelopática sobre as espécies nativas e supressão destas espécies e redução de valores cênicos em áreas potências para ecoturismo." (Fonte: http://www.institutohorus.org.br/index.php?modulo=inf_ficha_azadirachta_indica)

Alerta Vermelho! Introduzido na África se transformou na espécie arbórea predominante em toda a região da Savana Costeira na região ocidental do continente, causando um impacto profundo na paisagem, na biodiversidade e , inclusive, nos valores culturais associados ao conhecimento das espécies nativas de países como na República de Gana, Quênia, Etiópia e outros.

Por ser uma planta rústica, adaptável em diversos tipos de terrenos, e ter suas sementes dispersas por animais como pássaros e morcegos frugívoros que se alimentam de seus frutos. Além disso, seus frutos podem ser carregados por cursos d´água e disseminados nas matas ciliares, indo impactar fortemente os ecossistemas litorâneos como....Adivinhem quem? Isso mesmo... a nossa Mata Atlântica!

E você não tá NIM aí?

Conheça...Saiba...Pense e Atue! Vamos juntos...
Abraços.
Tito Tortori 

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