sexta-feira, 31 de outubro de 2014

TISTU, Maurice Druon e o dedo verde!

                        — Meu filho — disse enfim, após madura reflexão — ocorre com você uma                          coisa extraordinária, surpreendente! Você tem polegar verde...


Juro que o nome do persongem do livro do escritor Maurice Druon —TISTU — não é uma brincadeira minha com o meu nome!
 Maurice Druon, que era bisneto de brasileiro, é um escritor parisiense que foi ministro da cultura na França entre 1973/74, membro da Academia francesa, escreveu vários livros, mas apenas um único livro infanto-juvenil cujo título publicado no Brasil em 1957 ficou conhecido como “O Menino do Dedo Verde” (o título original é “Tistou les pouces verts”).
 Abaixo um trecho da história que contextualiza a pergunta: " Dedo verde existe?




"Tistu pôs chapéu de palha para ir à aula de jardim. Era a primeira experiência do novo sistema. (...)O jardineiro Bigode, prevenido pelo Sr. Papai, já esperava o aluno na estufa. (...)
— Ah! Você já chegou... Vamos ver do que é capaz. Está vendo este monte de terra e estes vasos? Você vai encher os vasos de terra e enfiar o polegar bem no meio, para fazer um buraco. Depois ponha tudo em fila, ao longo do muro. Então a gente coloca nos buracos as sementes que quiser.
Enquanto Tistu prosseguia o trabalho com afinco, Bigode dava lentamente uma volta pelo jardim.
— Será que eu estou sonhando? — disse Bigode, esfregando os olhos. — Você está vendo o mesmo que eu?
— Estou, Sr. Bigode.
Ao longo do muro, ali mesmo, a poucos passos, todos os vasos que Tistu enchera haviam florescido em menos de cinco minutos! (...) Em cada vaso se avolumavam as mais soberbas begônias(...).
—É inacreditável! — dizia Bigode.
—É preciso pelo menos dois meses para begônias assim!
(...)Tistu perguntou:
— Mas, se não se havia posto semente, Sr. Bigode, de onde é que saíram estas flores?
— Mistério, mistério... — respondeu Bigode.
Em seguida, tomou bruscamente nas suas mãos calejadas a mãozinha de Tistu.
— Deixe ver o polegar!
Examinou atentamente o dedo do menino, em cima e embaixo, na sombra e na luz.
— Meu filho — disse enfim, após madura reflexão — ocorre com você uma coisa extraordinária, surpreendente! Você tem polegar verde...
— Verde! — exclamou Tistu muito espantado. — Acho que é cor-de-rosa, e até que está bem sujo! Verde coisa alguma!
Olhou seu polegar, muito normal.
— É claro, é claro que você não pode ver — replicou Bigode.
— O polegar verde é invisível. A coisa se passa por dentro da pele: é o que se chama um talento oculto. Só um especialista é que descobre. Ora, eu sou um especialista. Garanto que você tem polegar verde."


Fonte: http://www.foztarquiniosantos.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/11/830/333/arquivos/File/O__menino_do_dedo_verde.pdf


Abraços.
Tito

A samambaia de Metro e o “Dedo verde”

Minha mãe dizia que minha avó -
mãe do meu pai ( a "Sogra" dela) tinha “dedo verde”!
 Dizia isso com uma pontinha inofensiva de inveja. Inveja boa, daquela de quem gostaria de ter também aquele “poder”, mas sem que o dono original tivesse que perdê-lo!
Minha avó paterna era a “Rainha das Samambaias e avencas”! Tinha uma samambaia que durou mais de 60 anos e uma avenca que tinha sido da mãe dela...
Minha simpática “VÓ do cabelo Lilás” nem se dava conta...Seguia fazendo seu tricô, cuidando de suas plantas sem achar que era um dom e sem dar o “caminho das pedras”.
Como ela nunca foi muito dada a revelar seus segredos...e dizia apenas: “A receita é igual a do tricô: Atenção, cuidado e persistência” é a receita!
Um dia minha avó foi chamada para cuidar do Jardim Principal de São Pedro e deixou para minha mãe uma herança “verde de 60 anos”. Parece até a descrição do Louro da minha outra avó, mas era a Sr. Samambaia... De metro... E deu um trabalhão para o meu pai conseguir um suporte que valorizasse toda a sua imponência!
Contudo, minha mãe que já achava que era um dom, teve a confirmação da sua certeza quando, após lutar alguns anos para manter a herança clorofilada, viu em um período de férias,  a verde pteridófita sucumbir ao clima inclemente do Rio de Janeiro.

Afinal, “dedo verde existe mesmo”?
Abraços 
Tito