quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fuga de Mudas!


Hoje foi dia de dizer até breve para algumas mudas "apressadinhas" que já estavam passando do ponto de transplante. Elas foram enviados para a fazenda de um amigo, parceiro do nosso projeto, que está fazendo o reflorestamento de uma mata ciliar perto de Vassouras(pontos em amarelo indicam o local que já recebeu mais de 150 mudas oriundas no nosso projeto). Foram 16 mudas incluindo de Cutieira, Fruta-sabiá, Cereja do Rio Grande, Grumixama, Castanha do maranhão, Jatobá, Mulungu e outras... Todas nativas da Mata Atlântica como manda o figurino do projeto...rs... 

Em breve vamos precisar de mais "padrinhos" voluntários em receber as mudas do projeto. Vale lembrar que apadrinhar essas mudas envolve algumas responsabilidades... Mas, quem desejar pode se candidatar por aqui...
As mudas devem ser plantadas em locais próximos à Mata Atlântica. A muda deve ser cuidada e acompanhada durante os primeiros anos de vida. E pedimos que seja feito um registro fotográfico para que possamos ter notícias das nossas afilhadas!


MUDAMATA?
Acho que com as mudas, muda!!!! rs
Abraços.
Tito

Pai, eu não gosto de "inhame"!

Minhas filhas do primeiro casamento comiam quase tudo! Ao ponto dos primos chamarem elas de "ETs"...rs
Mas, havia um "ponto de atrito"...O tal do "inhame"! Por ora, vamos chamar aquela raiz que nós chamamos de" Inhame" de "Inhame", ok?rs
Estamos falando do "Inhame"? Esse da foto acima? Sim, isso mesmo!

Voltando a culinária familiar, havia sempre algum desgaste no relacionamento afetivo com o tal do "Inhame"!

"Inhame" cozido? Não! Pirê de "inhame"? Não! "Inhame" na sopa? Não!

Bom, tudo ia mal, e ninguém queria comer "inhame", até que fui apresentado a uma iguaria pela Benedita!
 Bene, Nise, Bichinha, e outros apelidos, eram carinhosamente atribuídos a nossa "mãe-adotiva", uma "secretária-do-lar" que adotou a casa de minha mãe quando eu tinha apenas 2 anos.

Ela mesma, uma fantástica cozinheira "empírica" vivia ouvindo rádio e de lá retirava algumas receitas, ideias e dicas surpreendentes!

E numa desses dias de inspiração, almoçando na casa de minha mãe, fui apresentado a uma nova forma de "fritar a batata"?
 Ela falou: "Tito, prova essa batata frita e me diz o que vc acha dessa receita nova que eu ouvi no rádio e fiz...".

Provei a "invenção" e na hora exclamei:
> "Nossa, é a melhor batata frita que eu já provei!"...Tem gosto, não é molenga, diferente... Como é essa técnica de fritura?", perguntei.

Ela com a sabedoria daqueles que sabem fazer disse com um sorriso nos lábios:
> " É "inhame"! É bom não é?"

Quase não acreditei...
>Jura, que maravilha..."inhame" frito! Tudibom! E mais nutritivo do que a Batata!

Finalmente, pude durante anos experimentar essa fantástica receita com minhas filhas, claro omitindo  o fato de que não era batata e sim "Inhame"...

Claro que mais cedo ou mais tarde, a verdade viria a tona e, um dia, fui cobrado por todo aquele inhame frito.

Minha filha mais velha, já adolescente, reclamava:
> "Sujeira, armação, traição, era Inhame frito!"
 E eu dizia:
>" Claro que não!
Ela insistia, ansiosa que eu confessasse. E eu fingindo de "morto"!rs

> "Não era inhame, não!"

Ela retrucou:

> "Confessa... fala a verdade, por que a Benedita já te entregou!"

 E eu marcialmente defendendo o meu segredo.

Mas, naquele momento me veio uma inspiração e uma solução alternativa surgiu!

> "Não era Inhame e ponto final"....Aquilo que vcs não gostam se chama Taro!"

Disse minha filha: "Que isso pai? Que papo é esse?"

E expliquei...

"Na verdade aqui no Brasil há uma confusão em relação ao nome desse tubérculo!
Inhame no mundo todo é o nome dado para uma outra raiz chamada de "Cará"....Uma espécie de vegetal da família Dioscoreáceas.

Já a raiz que eu usava para fazer aquela batata frita era a Colocasia esculenta , mundialmente conhecida como Taro!

E vamos almoçar que a "batata frita" está esfriando!...kkkkkkk

Vivendo e aprendendo!
Abraços.
Tito

PS: por isso escrevi sempre "Inhame" entre aspas, pois estava me referindo ao Taro!rs

Para saber mais leia a nota técnica da Embrapa no link http://www.emepa.org.br/revista/volumes/tca_v1_n1/tca07_inhame_denom.pdf

Leia tb a outra postagem que fiz sobre esse tema abaixo
http://edemconsumoconsciente.blogspot.com.br/p/etnobotanica.html