sábado, 13 de abril de 2013

Grumixama

A árvore nativa da semana é o Grumixama! Eu só puder provar essa deliciosa fruta nativa aos 52 minutos do segundo tempo do ano passado. Provei a fruta e fiquei me perguntando por que motivo não fui apresentado antes a essa simpática e deliciosa fruta... Uma pena! Mas, o motivo é simples... Muitas das frutas nativas não tem um "perfil comercial"...Elas são boas para chupar no pé e, por isso davam nos quintais, na mata do Bairro, no morro perto da sua rua etc... Mas as frutas "não comerciais" padecem de um problema... Por serem nativas, elas não passaram por um processo de domesticação, então há uma enorme diversidades de "perfis genéticos" nas populações nativas. Diferentes das espécies de frutas comerciais que são , na verdade, cultivares, ou seja, variedades bem definidas que foram selecionadas a partir de características adequadas, voltadas para a comercialização. Isso não aconteceu com o grumixama e outras frutas nativas. Então, os "antigos" (como diz o senso comum) diziam... " o menino, vai lá ver se tá na época do grumixama!" E as crianças e jovens iam até a árvore colher seus frutinhos... Com o tempo, os bairros foram sendo mais e mais tomados por prédios e as casas com seus grumixamas nos quintais foram se extinguindo. Na Mata, o grumixama sofria duas agressões: Uma da redução dramática para ocupação das encostas por prédios ou simplesmente pela derrubada das árvores para uso da madeira e outra pela imigração das "Invasoras"... Lembrem que as pessoas, antigamente, sempre tinham fruta de sobremesa...Com o tempo as pessoas foram aprendendo a plantar outras frutas que gostavam como a mangueira, jaqueira, laranja, tangerina, banana, tamarindo (todas exóticas) etc...etc... Esquecendo das antigas frutas da Mata Atlântica...
Hoje, temos uma redução dramáticas dessas frutas nativas... Um dos objetivos do nosso projeto é devolver essas árvores ao local de onde elas nunca deveriam ter saído...
Eu tenho a honra de apresentar  a deliciosa, e quase esquecida, cereja brasileira: O Grumixama!
Clique na imagem para ler a ficha técnica!

Se vc conhece alguma história deliciosa envolvendo o grumixama, nós gostaríamos muito de conhecer... e apresentamos para vcs uma história muito legal do Blog "COME-SE" de Neide Rigo no link http://come-se.blogspot.com.br/2011/11/e-hora-de-colher-grumixama.html
Essas mudas vão fazer parte do quintal do 9º ano, visite-as e conheça-as!
Abraços.
Tito

2 comentários:

Tito Tortori disse...


HIstória enviada por Zélia Doneux Rebske

MINHA VIDA E UM PÉ DE GRUMIXAMA

Quando eu era pequena, morava perto de minha avó e não é preciso dizer que morava mais lá que em casa de meus pais. Vovó tinha um quintal bem grande, enorme, mesmo, e um jardim lindo, na beira da praia, em Santos. Tinha também cachorros para brincar.

Mas o que eu mais gostava era uma grumixama enorme e muito bonita, pelo que me lembro, dava fruta quase o ano inteiro.

Embaixo da grumixama tinha uma barra fixa que meus tios usavam para fazer ginástica. Eu passava um tempão de pé em cima da barra comendo as frutas. depois levava bronca porque não tinha fome para almoçar. Naquele tempo, as frutas eram mais uma sobremesa, os pais queriam que as crianças fossem gordas, ao contrario dos dias atuais. Muito tempo depois, meus avós, já velhos, venderam a casa. Mas minha avó levou uma mudinha da grumixama para plantar em outra casa.

Muito tempo se passou, mudaram de novo, e levaram a grumixama "neta" daquela da casa antiga. Depois eu me casei e levei a árvore para minha casa. Não preciso dizer que ela cresceu e ficou linda. Quando mudei para o interior, morri de dó de deixar minha árvore, mas espero que ela seja bem tratada. Trouxe duas mudas dela que ainda estão começando a frutificar.

Aquela primeira era em Santos, depois foi para Santo André, daí para São Paulo e então para Lavínia. Estou com a bisneta. já fiz mudas dela, não para mim, que não pretendo mudar mais. Mas quem sabe para quem? Vou plantar por aí, deve fazer alguém feliz
como eu fui com elas.

Zélia Doneux Rebske

Flying Demon disse...

Pois é! Morei durante 8 anos em uma chácara perto de Brasília e sinto falta das frutas que eu, meus pais e irmãos conseguíamos só indo pro quintal!